Poesia no Brasil e Movimentos Literários

A poesia é uma das sete artes tradicionais e ganha beleza pela sua estética.  Toda obra literária é envolvida por uma formação, podendo ser composta de personagem, diálogo, narrador, enredo, espaço, tempo, entre outros. Recursos como Gênero: Lírico – quando quem fala é a alma, não há narrador; Gênero Épico – o narrador contando histórias antigas; Gênero dramático – criado para a representação teatral, completam essa formação. Também são utilizados recursos poéticos para explorar a sonoridade da palavra, ex: Ritmo – alternância entre acentos; Métrica – número de sílabas de um verso; Rima – semelhança de sons a partir da vogal tônica no fim dos versos.
Utilizando todos esses recursos, temos como primeiro registro escrito no Brasil a carta de Pero Vaz de Caminha que descreveu ao Rei de Portugal a “nova terra”. Esse foi o marco para a entrada do Brasil na literatura, mas, de origem portuguesa. A partir do século XIX esse texto, assim como o Tratado da Terra do Brasil, entrou para a literatura brasileira.
MOVIMENTOS LITERÁRIOS

QUINHENTISMO – No século XVI, o movimento literário no Brasil era o Quinhentismo, no qual tínhamos a Literatura de Informação, crônicas, cartas e documentos que relatavam as conquistas marítimas. A Literatura Jesuítica desta época com o português Padre José de Anchieta (1534-1597) escreveu obras de cunho religioso com a finalidade de pôr em prática os projetos da Companhia de Jesus. Um dos poemas de Anchieta chamado “Na Festa de Natal” abordava a questão do índio e o confronto cultural entre duas visões de mundo: a cristã e a ocidental. Neste século na era renascentista, havia na literatura a combinação da visão de mundo cristã, o humanismo da época, e o paganismo da literatura Greco romana.
BARROCO – Já no século XVII o movimento literário era o Barroco, havia poesia, trovas, romances em versos. Os versos eram escritos para serem lidos, recitados, declamados em desafios.
INFLUÊNCIA PORTUGUESA – Como o Brasil foi colônia de Portugal durante muito tempo, todos os movimentos literários brasileiros sofreram influências portuguesas. Os principais poetas do país nasceram, estudaram ou se formaram em Portugal. Tivemos Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711) que nasceu no Brasil e estudou em Portugal, José Basílio da Gama (1740 – 1795), Frei José de Santa Rita Durão (1722 – 1798), Cláudio Manoel da Costa (1729 – 1789), Tomás Antônio Gonzaga (1744 – 1810) que nasceu em Portugal, mas viveu no Brasil.
ARCADISMO – Na época em que foi descoberto ouro em Minas Gerais (século XVIII), o Brasil passou a ter uma imagem positiva nos poemas (não era somente a terra nova, o povo primitivo, sem cultura), havia idealização do país em formas poéticas como a épica, ode, e a poesia lírica, assim estabeleceu-se o movimento literário conhecido como Arcadismo.
EPOPÉIAS – A grande epopéia portuguesa, Os Lusíadas, do poeta português Luis de Camões que conta à trajetória dos portugueses na descoberta do caminho das Índias, inspirou a criação de “Prosopopéia”, publicado em 1601 por Bento Teixeira que narra os feitos de Jorge de Albuquerque Coelho, donatário da capitania de Pernambuco. E assim surgiram outras epopéias como o famoso poema “Caramuru” de Santa Rita Durão, publicado em 1781 que conta sobre o naufrágio Diogo Álvares Correia e o descobrimento da Bahia e o poema “O Uruguai” de José Basílio Gama onde a luta contra os índios aldeados pelos jesuítas nas regiões dos Sete Povos no Sul do País é contada.
LÍRICA – Ainda no século XVIII, temos a lírica de Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga, eles escreveram o que consideram de melhor no período do Brasil colônia. Poemas com temáticas de amor, natureza, riqueza e morte. Esses dois poetas marcaram a fase de transição entre o barroco e o árcade e é com eles que surge a delegação poética, “a transferência da iniciativa lírica a um pastor fictício” (SILVA et al., 2007, p. 44).
ROMANTISMO – O Romantismo chega ao Brasil no século XIX, junto com a independência do país. A literatura brasileira passa a escolher como heróis e personagens dos romances e poemas os índios, e os locais das narrativas passam a ser as florestas e os sertões. Neste século também a literatura passa a fazer parte da vida social das pessoas.
A poesia romântica da primeira geração valoriza o nacionalismo, a exaltação pelo herói nacional e pela nação, culto à língua nativa. A obra que marcou o início do Romantismo foi Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães. Outro grande nome nesta época foi Gonçalves Dias, autor da Canção do Exílio onde encontramos duas das principais características da poesia romântica: a expressão lírica do eu e o canto da terra e dos indígenas brasileiros.
II GERAÇÃO ROMANTISMO – A segunda geração do Romantismo é conhecida como “Mal do Século”, no qual o egocentrismo é uma das principais características, assim como o extremo subjetivismo. Temas como amor, morte, dúvida, medo, tédio, mulher idealizada são presentes nos poemas.
Os principais poetas da segunda geração são Álvares de Azevedo (autor de Noite na Taverna), Junqueira Freire (autor de Inspirações do Claustro), Fagundes Varela (autor de Noturnas) e Casemiro de Abreu (obra lírica As primaveras).
III GERAÇÃO ROMANTISMO – Condoreira é a terceira geração do período romântico, que possuía na temática ideais liberais, abolicionistas e republicanas. Os seus principais autores foram Tobias Barreto, Silvio Romero, Capistrano de Abreu, Joaquim Nabuco, Rui Barbosa e Castro Alves, que sofreram bastante influência do positivismo e evolucionismo de Ausgute Comte e Charles Darwin. Como características dessa geração têm: pensamento no futuro, lutas abolicionistas e sociais, presença da mulher carnal.
Saiba mais sobre o Romantismo:

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